O industrial não poupou e nem deixou papas na língua proferiu um discurso que deixou a todos os seus novos companheiros no mínimo constrangidos.
João Lyra (PSD) que antes fazia parte da chapa na qual o senador Benedito de Lira(PP) é candidato ao governo do estado foi obrigado pela executiva nacional do seus partido a migrar para a Frente de Oposição, ou seja, ele teve que '' se abraçar com o diabo '' termo no qual o mesmo usou quando estava no palanque de Biu quando se referia a aliança com o palanque no qual ocupa hoje.
Em seu discurso João Lyra mesmo exaltando e tecendo elogios a Renan pai e Renan filho deixou insatisfeitos seus companheiros de palanque ao classificá-los como: '' Elite da sociedade Alagoana '' , Collor não se aguentou e cochichou com Renan Filho e o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) '' Ele está fazendo tudo errado ''.
Em um dos poucos momentos que empolgou os integrantes de seu novo palanque, foi quando João Lyra elogiou os presentes e atacou seu também ex-novo aliado, o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB).
“Não tem governo. É um governo que, acima de tudo, peca numa coisa talvez mais grave na vida de um sujeito, que é ser covarde. É um governo de covardia, o governo que tem aí. Não faz nada, absolutamente nada em benefício de ninguém. Agora, anda muito bem de motocicleta, vai beber e outras coisas mais. Não quero aqui entrar nesses detalhes, porque são detalhes mínimos. O que nosso Estado precisa é de alguém forte, Renan [Filho], alguém que bata à mesa e diga: ‘É assim! Tem que ser feito dessa forma’. Acredito muito em você nesse aspecto. Alagoas é um sacrifício. Vivo no meu escritório cercado por vândalos que querem toda hora perseguir, fazer isso e aquilo. E não posso apelar ao governo. O mínimo que pode acontecer é o governo se avacalhar e virar vândalo também”, condenou o deputado João Lyra.
Depois de o deputado sugerir que o governo poderia se avacalhar, o senador Fernando Collor resolveu ironizar e perguntou a João Lyra: “Onde você aprendeu a discursar?”. O deputado não ouviu direito, e perguntou: “O quê?”. E Collor: “Onde é que você aprendeu a falar assim?”. E João Lyra reagiu de uma forma que desagradou o senador. Disse que talvez Collor não vivesse a realidade de Alagoas.
“Mas é isso, Fernando! Não tenho o mínimo de medo de nada. Mas há hoje uma esperança que é o Renanzinho, que junto com o pai poderá fazer muito por este Estado. Alagoas é bom, generoso, tem gente boa e gente que não sabe trabalhar.
Mas, no entanto, só tem sido aproveitado o que não presta e o que não sabe trabalhar. Isso é o Estado de Alagoas, Fernando, hoje.
Talvez você não esteja vivendo muito o Estado de Alagoas, hoje, para ver a miséria que está. Vivo numa constante guerra, enfrentando esse pessoal, enfrentando gente que vai para lá querendo fazer isso e aquilo, a mando de um governo inteiramente sem condições, sem capacidade e sem estrutura nenhuma. E é esse governador que está aí.
Digo na cara dele. Se ele aqui estivesse sentado, eu diria. A maioria do povo queria ter a alegria de estar neste microfone para poder dizer”, afirmou João Lyra, antes de ter seu discurso interrompido por mais uma leva de aplausos insistentes.
A Collor restou reagir de olhos arregalados à afirmação de que não estaria vivendo a realidade de Alagoas: “Olhe! Olhe que eu tô!”, exclamou.
João Lyra arrancou o humor de todos como a maioria das vezes em seus discursos. O mesmo é alvo de piadas, porém isso não queira dizer que o mesmo não tenha a razão em seu discurso!
Por redação
