|

Collor nega rivalidade com Heloísa Helena, mas ataca Téo Vilela

Senador do PTB trata com serenidade a disputa pela reeleição com Heloísa. Mas diz que Alagoas não pode se isolar do governo federal

O ex-presidente Fernando Collor (PTB) é o primeiro colocado na disputa pela reeleição ao Senado, segundo última pesquisa de intenção de voto dos alagoanos divulgada pelo Ibope. Collor tem 37% da simpatia do eleitoral. Mas dez pontos percentuais o separam de sua arquirrival, a vereadora e ex-senadora Heloísa Helena (PSOL). Mas o discurso feroz de Heloísa contra Collor parece não abalar o ex-presidente, que desconsiderou ontem a rivalidade ferrenha existente com a vereadora do PSOL.

“Não é uma rival ferrenha. Eu pelo menos não a tenho como uma rival. Somos, ambos, contendores. Estamos disputando, democraticamente, uma vaga juntamente com outros valorosos candidatos. E isso... A campanha vai dizer, na evolução dos acontecimentos; vai mostrar, refletindo nas pesquisas, o que a população entende que seja o melhor candidato para representar Alagoas em Brasília”, disse Collor ao blog, antes do lançamento do nome do ex-prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa (PMDB), para vice da chapa da Frente de Oposição, que tem o também peemedebista Renan Filho como pré-candidato ao governo.

Collor afasta a rivalidade com Heloísa e eleva o embate para o nível meramente democrático. Mas não deixa de sugerir que sua atuação como aliado do governo federal traria mais vantagens à população alagoana do que um eventual comportamento de confronto de Heloísa, que tem perfil historicamente oposicionista ao PT do qual se desligou no primeiro mandato de Lula.

“O que defendo, sempre, é que Alagoas não se pode dar ao luxo de se isolar de Brasília. Alagoas não pode se isolar do governo federal, tendo em vista que 99% das obras que estão sendo hoje realizadas em Alagoas, são obras tocadas graças aos recursos que vêm sendo carreados pelo governo federal para cá. Então, Alagoas não pode se isolar do governo federal. E, muito menos, a representação federal no Senado”, argumentou Collor.

O cenário para o Senado obtido pela pesquisa do Ibope divulgada em 31 de maio tem Collor com 37% das intenções de voto; Heloísa, com 27%; José Thomaz Nonô (DEM), com 9%; e Alexandre Toledo (PSB), com 6%.

Collor foi eleito senador em 2006, no mesmo ano em que Heloísa Helena disputou e perdeu a Presidência da República contra a reeleição de Lula. A vereadora do PSOL já chegou a afirmar que sacrificou o mandato para Collor, em nome de um rumo diferente para o Brasil.

Heloísa desdenhou do desempenho do senador nas pesquisas, por considerar estar em uma batalha desigual, por conta da estrutura de comunicação das empresas de Collor, que divulgam sua atuação política mensalmente. "Vou entrar na eleição para derrotar o Collor", disse Heloísa a este blog, em abril.

Rivalidade com Téo? Presente!

O semblante sereno do senador do PTB somente muda ao falar do governo de Teotonio Vilela Filho (PSDB). Logo nas primeiras palavras de saudação no evento de ontem, chamou de desgoverno a gestão tucana. E de muito mais.

“Esta é a única frente de oposição verdadeira ao governo inepto, incompetente e incapaz, personificado na pessoa do senhor Teotonio Vilela Filho, absolutamente inapetente para o exercício do governo do Estado. O atraso que Alagoas vem experimentando nos últimos sete anos é fruto do descaso com que este governador vem tratando, sobretudo as questões sociais de Alagoas. E é por isso que Renan Filho e Luciano Barbosa têm pontificado a educação, a saúde e a paz como pontos primordiais daquele projeto que eles vão iniciar a partir de janeiro do ano que vem. Alagoas está absolutamente largada e não tem mais nada em que se apegar, a não ser às mentiras televisivas propagadas pelo governador que aí está”, disparou Collor.

Quando lançou Eduardo Tavares (PSDB) ao governo, em abril, Téo disse que "Collor é uma máscara, um personagem. Não fez nada por Alagoas".

Luciano: “Excepcional”

Em entrevista ao blog, no hall do Hotel Ritz Lagoa da Anta, Collor comentou sobre a escolha do vice-prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa. “Achei a escolha é excepcional. Ficamos muito felizes, porque representa Arapiraca, o interior do Estado e, sobretudo, a força de uma pessoa que tem uma larga experiência na vida pública; já foi ministro da Integração Nacional, duas vezes prefeito de Arapiraca, um homem experimentado e que tem demonstrado ser um bom gestor e, ao lado de Renan Filho, vai mudar a fisionomia deste Estado, com desenvolvimento focado no social”, avaliou Collor.


Novo escândalo

Depurado oficialmente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) das acusações que resultaram em seu impeachment em 1992, Collor se vê em meio a um novo escândalo, ao serem encontrados indícios de ligações com o doleiro Alberto Youssef, investigado pela Polícia Federal (PF) na Operação Lava-Jato. O ex-presidente diz não saber o porquê, mas R$ 50 mil foram parar em sua conta bancária, divididos em oito depósitos cujos comprovantes foram apreendidos com o doleiro acusado de ser dono da maior lavanderia de dinheiro já descoberta no Brasil, que teria movimentado R$ 10 bilhões.

Sobre o assunto, Collor discursou na tribuna do Senado em 26 de maio. Ele fez ataques à imprensa, mais precisamente à revista Veja. E negou envolvimento com o doleiro. “Somente com dados mais concretos poderei, com maior detalhamento, falar desta tribuna. Afinal, não convém, de forma prematura, alimentar uma contenda contra um veículo [de comunicação] cujo objetivo é tão somente me acusar, me julgar, me denegrir e tentar me condenar junto à opinião publica. Não conheço Alberto Youssef. Nunca mantive qualquer relacionamento de ordem pessoal ou política com ele. O mesmo afirmo em relação à Paulo Roberto Costa [ex-diretor da Petrobras preso na Lava Jato]”, disse Collor



Por Cada Minuto

Compartilhe :

veja também

0 comentários em "Collor nega rivalidade com Heloísa Helena, mas ataca Téo Vilela"

Deixe um comentario

últimas notícias