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Vilela, Renans, Collor e os assassinatos em massa em Alagoas

Os líderes do Chapão têm apontado a violência como o mote principal da campanha eleitoral deste ano.

Vão dando mostras de que ouviram as vozes das ruas, através de um instrumento sobrenatural: as pesquisas.

O tema é óbvio e ótimo para puxar um debate mais profundo sobre as transformações que Alagoas precisa: uma vida decente para sua gente, com políticas estratégicas de educação, saúde, lazer, cultura, esporte, moradia …

Mas partamos da premissa: todos têm responsabilidade e culpa direta pelo que ocorre em Alagoas.

Estou falando de Vilela (encabeçando a lista), Renans, Collor e os até os aliados que o Chapão rejeita agora, na fase em que seus integrantes pretendem aparecer como mentores da paz, Gandhis redivivos, que nunca andaram com gente suja e podre (como agora eles tratam os ex-aliados).

Não são nada disso.

Praticar violência não é apenas matar ou mandar matar: roubar o dinheiro público, usar o mandato parlamentar para benefício próprio ou de seus negócios pessoais, omitir-se em relação às necessidades que o estado apresenta e que a população (que esqueçam o governo de plantão, seja qual for) clama, sem resposta objetiva, que não discursos hipócritas e vazios – tudo isso resulta na violência descontrolada em Alagoas.

Estado, aliás, que tem outros recordes, não denunciados nacionalmente pelos nossos mais expressivos nomes no Planalto Central:

- O maior desvio de dinheiro, segundo a PF, em uma Assembleia Legislativa: R$ 302 milhões.

- O maior desvio de dinheiro, segundo a PF, em um Tribunal de Contas Estadual: R$ 100 milhões.

Se os nossos grandes e importantes parlamentares no Congresso Nacional fizessem um mínimo de esforço – e não fizeram (desafio qualquer um a mostra que o fez) -, esses casos já teriam resultados concretos no Judiciário.

Mau exemplo gera crime e o povo é quem paga sempre por isso, e não aqueles figurões que têm segurança paga pelo dinheiro público.

E no âmbito nacional?

Nunca ouvi nem soube de qualquer ação dos personagens aqui mencionados – ou de nenhum outro integrante da bancada federal de Alagoas – apresentando e denunciando a omissão da União em relação à própria Segurança Pública: ela banca apenas 13% de tudo o que é gasto no setor no Brasil.

A redução de 3 mil homens dos quadros da PF nos últimos três anos, o que eles disseram ou fizeram para reverter essa perversidade?

Como e por que o Brasil – o país todo – se tornou o maior consumidor de crack e de cocaína do mundo, sem produzir um grama?

Por que o Rio de Janeiro, com a presença de tanques de guerra, forças federais, incluindo o Exército – nas ruas, nas “comunidades”, viu aumentar em 21,9% os homicídios dolosos no primeiro trimestre deste ano?

(Quem mais sofre com isso? Os estados mais pobres, incluindo Alagoas.)

O discurso que busca a emoção da massa, na linha da “munhecada no espinhaço dos bandidinhos de m…” não é só perigoso, principalmente para uma população justamente amedrontada.

Ele representa o vazio na formação das nossas lideranças. O Brasil vai mal das pernas e nós, como sempre também, haveremos de apresentar os piores índices no item: gente que mereça receber um voto.

Resumindo: também temos, em regra, os piores políticos do país (rivalizando com o Maranhão). Aliás, seguindo o nosso IDH e como consequência dele.

É uma gente oca, sem formação, mas com muita deformação, que faz a representação política de Alagoas ser motivo de chacota e deboche.

Hipocrisia e demagogia podem dar voto, mas não dão futuro ao nosso povo sofrido.

Aliás, matam mais do que morte matada.



Por TNH/Ricardo Mota

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