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Veja cinco danos que uma noite de 'porre' pode causar a quem é atleta

Sucesso da performance não depende somente do treino, mas também da manutenção de uma rotina regrada

Todo o esforço de meses e meses de atividade física pode ir cerveja abaixo numa agitada noite de sexta-feira. Foi isso o que o professor de nutrição da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, David Cameron-Smith, provou em um novo estudo sobre os efeitos do álcool nos aspectos biológicos de quem pratica esporte.

Mesmo quando consumido apenas na noite anterior a um treinamento, os danos são extremamente agressivos e vão da desregulação do sono a dificuldades para a realização da síntese proteica muscular.

— O resultado comprova que o sucesso de uma atividade física não se deve apenas a um dia de performance, mas aos ganhos contínuos e melhorias adquiridos por meio da uma rotina árdua de treinamento e de muita dedicação— explica o cientista.

Desregulação do sono

O álcool é capaz de modificar completamente a rotina das pessoas, e isso acontece desde o momento em que se chega em casa após uma noite de farra. Todos sabem que o descanso não é o mesmo quando se está embriagado.

A bebida é responsável por um verdadeiro transtorno ao dormir. Ela altera a sequência das diferentes fases do ciclo, o que reduz a capacidade do organismo de armazenar glicogênio - uma fonte de energia essencial para a nossa resistência -, além de favorecer danos musculares.

Dificuldade para a reparação muscular

A bebida também aumenta os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, o que retarda a cicatrização. Isso acontece mesmo que tenhamos parado de beber seis horas antes de irmos para a cama. O cortisol também reduz em até 70% os níveis do GH - o hormônio do crescimento. Esta substância é vital tanto para a construção quanto para a reparação do tecido muscular, algo de grande importância quando estamos colocando nosso corpo em atividade.

A presença de álcool também desencadeia uma série de processos químicos, incluindo a liberação de uma toxina do fígado que ataca a testosterona, outro hormônio essencial para o crescimento e regeneração dos músculos.

Maior predisposição às lesões

Outro aspecto importante apontado pela pesquisa foi o efeito do álcool sobre o músculo esquelético - o tecido que cobre o esqueleto, segurando os ossos e as articulações nas posições corretas e controlando praticamente todos os movimentos do corpo.

O álcool tem um impacto enorme sobre a síntese proteica muscular, reduzindo-a em até um terço. Este é um processo através do qual as células geram novas proteínas necessárias para o crescimento e adaptação do músculo esquelético. Sem ela, estamos constantemente propensos a lesões.

Aumento da diurese

O efeito diurético que uma noite agitada causa ao corpo humano também é gigantesco - algo terrível para quem pratica atividade física, pois leva o organismo à desidratação por até uma semana, dependendo do quanto bebemos.

Quando o corpo está desidratado, ele também se expõe a maiores riscos de cólicas e redução de apetite - apesar do fato de ainda precisarmos consumir a mesma quantidade de alimentos de antes do "porre". Quando bebemos, é importante consumir o máximo de água possível nos dias seguintes.

Menor resistência

Uma vez que a bebida é absorvida através do estômago e do intestino delgado, ocorre um efeito negativo sobre o equilíbrio de água em células musculares.

A inibição do álcool sobre a gliconeogênese (processo responsável pela formação da glicose) impede a função natural de produção de um composto conhecido como o trifosfato de adenosina (ATP), que é a energia que os músculos precisam para contrair. Se os seus níveis de ATP caem, a resistência também cairá.



Por Salutre

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