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Renan Filho: "Vamos deixar de transferir responsabilidades pela segurança"

Para o PMDB, Téo quis transferir a responsabilidade pela segurança pública para União. Por tabela, Renans atacam discurso de Aécio Neves

“O Estado não tem condições de garantir as ações em uma política eficaz de segurança pública sem a ajuda do governo federal”. Esta tem sido a desculpa do governo tucano para a escalada da violência, desde o primeiro mandato de Teotonio Vilela Filho (PSDB). O governador e sua equipe consideram ainda serem insuficientes as ações do Brasil Mais Seguro e a ajuda financeira do governo federal para a garantia da política de segurança pública. Este será o principal equívoco a ser explorado pela Frente de Oposição durante a campanha do deputado federal e pré-candidato a governador pelo PMDB, Renan Filho.

Durante o lançamento do nome do deputado peemedebista como pré-candidato ao governo, na segunda-feira (8), no Hotel Ritz Lagoa da Anta, Renan Filho e seu pai, o presidente do Congresso Nacional Renan Calheiros, expuseram parte deste argumento que deve apontar o erro conceitual do governo de Teotonio Vilela, de tentar transferir suas responsabilidades para a gestão petista de Lula e Dilma Rousseff.

Os Renans dedicaram atenção especial para o tema que deverá ser mote principal da campanha que terá o ex-secretário relâmpago e procurador de Justiça Eduardo Tavares como contraponto. O presidente do Congresso Nacional lembrou, inclusive, que a tentativa de se livrar do problema da violência e jogar a responsabilidade para o governo federal ocorreu desde a nomeação do primeiro secretário da Defesa Social, o general Edson Sá Rocha, hoje listado como um dos acusados de envolvimento no atentado terrorista conhecido como caso Rio Centro.

Seguiu a mesma postura ao nomear Paulo Rubim como indicado do Ministério da Justiça de Lula, e não mudou a partir da nomeação do coronel Dário Cesar, lembrou Renan. Ele interpreta que Téo voltou a tentar transferir as responsabilidades, após o lançamento do Brasil Mais Seguro. E depois, ao nomear o ex-chefe do Ministério Público Eduardo Tavares e o juiz aposentado Diógenes Tenório.

“Veio o Brasil Mais Seguro, ajudamos, mas o desmonte é tão brutal, que no governo de Geraldo Bulhões nós tínhamos 12 mil policiais e hoje temos menos de 7 mil. É evidente que os problemas estão por aí. Mas o coronel da polícia virou candidato e teve que sair. E como a tentativa de transferir a responsabilidade precisava continuar, o governador procurou indicar alguém da Procuradoria Geral de Justiça, numa outra tentativa de transferir a responsabilidade para o Ministério Público. Deu no que deu. O procurador colheu os piores resultados com relação à criminalidade, mas também saiu para ser candidato. E o governador nomeou um homem muito correto, que é o doutor Diógenes Tenório, que é um nome do Judiciário. Não adianta tentar transferir a responsabilidade. Nós só teremos em Alagoas uma política de segurança pública eficiente, consistente e com resultados, quando o governador tiver a consciência de que a responsabilidade pela segurança pública e pela proteção da vida das pessoas é dele. É importante a ajuda de todos, mas a responsabilidade pela segurança pública, não tem jeito, não dá para transferir do governador. E é esse o compromisso que estamos assumindo com o povo alagoano”, afirmou Renan Calheiros.

Erro de conceito

Renan Filho reafirmou que o tema da segurança pública, juntamente com os da saúde e educação, será um dos pontos centrais dos três seminários temáticos e técnicos para aprofundar as linhas do seu programa de governo, que abordarão as áreas econômica, social e de construção de um modelo de gestão pública do seu eventual governo. Para o deputado federal, a transferência de responsabilidade na segurança pública é um equívoco conceitual.

“O erro, aí, é de conceito. O erro é de direção. Na tentativa de transferir a responsabilidade, o governo se omitiu. Portanto, nós precisamos construir um novo caminho também na segurança pública. Lá atrás, quando o homem criou o Estado, criou primeiramente para defender o cidadão, para garantir a segurança das pessoas em primeiro lugar. Portanto, não podemos subverter essa ordem. O Estado tem sim que garantir a segurança. O governador é que é responsável pela segurança das pessoas e é ele que deve prestar contas, assumir a responsabilidade, porque, somente assim, com um governo comprometido com a segurança pública, vamos reverter os índices de violência que hoje envergonham os alagoanos e nos amedrontam a todos. Por isso apresentamos uma candidatura em nome desta ampla frente plural, com condição de vencer a eleição para que a gente possa, de uma vez por todas, deixar de transferir as responsabilidades que são do governo do Estado de Alagoas”, disse Renan Filho, durante a entrevista coletiva.

Discurso tucano é nacional

Ao expor os equívocos no discurso do governo de Teotonio Vilela Filho, a Frente de Oposição deve atingir não apenas a desculpa do governo estadual para os péssimos índices de criminalidade em Alagoas. O pré-candidato tucano à sucessão presidencial, senador Aécio Neves, também tem acusado a gestão de Dilma Rousseff de não assumir o problema da segurança pública como sendo responsabilidade do governo federal. Foi assim que o presidenciável tucano reagiu ao ser questionado pelo blog, durante o Fórum de Comandatuba, promovido até o último domingo (4), na Bahia, sobre a nulidade das ações do programa Brasil Mais Seguro em Alagoas. Na contramão da Frente de Oposição, Aécio falou em “omissão criminosa” do governo federal. E quer instituir repasses federais para a segurança pública dos Estados, via duodécimo.

“Acho que foi uma tentativa. Mas enquanto não houver financiamento e gestão, os resultados serão sempre tímidos. E nós estamos tendo hoje poucos recursos ainda para a segurança pública da parte do governo federal. Infelizmente é isso que acontece no Brasil, na segurança pública, uma omissão criminosa do governo federal, que está de costas para esse problema, transfere as responsabilidades, única e exclusivamente para os estados federados. E segurança pública é uma responsabilidade de todos. E nós queremos que o Brasil tenha uma política nacional para a segurança pública. Com recursos garantidos, transferidos por duodécimos. Queremos fazer uma intervenção forte no Código Penal e no Código Processual Penal, para que esse clima de impunidade que existe no Brasil seja superado. Nada disso é fácil. Mas acho que com coragem e determinação, tudo é possível”, respondeu Aécio ao blog.



Por Cada Minuto

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