Breda sugeriu que cumpria a missão de levar Jesus às “periferias existenciais”, como determinou Francisco, na Jornada Mundial da Juventude, em julho de 2013, no Rio de Janeiro. Sugeriu que líderes políticos fizessem a mesma coisa, ao conduzir as políticas públicas. Mas parece não ter constrangido nenhum dos presentes.
“É preciso olhar para as periferias existenciais, que não são só representadas por quem não tem suficientes meios de sobrevivência. Há uma crise de valores. É preciso avaliar quais as urgências que precisam ser atendidas, para não ficarmos fingindo que a solução não vem. A sociedade está cansada de palavras. Temos que nos concentrar na coerência e no respeito. E a ética tem de estar presente nestas ações”, disparou Dom Valério Breda, observado de perto pelo presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB), pelo ex-presidente Fernando Collor (PTB), e pelo ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), entre outros líderes de 16 partidos políticos.
No início de seu discurso, Dom Valério Breda afirmou que a parceria entre o Estado e a Igreja tem o mesmo objetivo: o serviço ao povo, o bem comum. “Claro que o Estado tem a sua própria esfera de atuação, como também a Igreja. Mas é importante, porque o objetivo comum, que é a razão final de tudo”, disse o religioso.
De olho no "rebanho"
O bispo da Diocese de Penedo foi citado no discurso do senador pré-candidato a reeleição Fernando Collor, que apelou aos céus para obter o apoio do líder religioso. “Queremos agradecer pelo prestígio e pela honra que nos dá com a sua presença. Porque ele, mais do que ninguém sabe das necessidades e das carências da população desta região. E ele, ao estar aqui, está atento às coisas que estão sendo ditas. E, naturalmente, vai tirar as suas conclusões. Vai saber se o que aqui foi dito tem coerência, e se aqueles que falaram têm condições de merecer a confiança dele, como líder da Igreja, responsável pela condução de um imenso rebanho. E Deus nos permita que Dom Valério Breda chegue a uma conclusão positiva”, disse o ex-presidente Collor.
A reflexão do bispo de Penedo deveria ecoar nesta Semana Santa. Porque a renovação que a Páscoa representa é formada justamente de atitudes mais cidadãs, justas. Alagoas carece de uma Páscoa focada no bem comum e sem interesses mesquinhos, tão presentes da política partidária.
Por redação com Cada Minuto
