Na cidade de Olho d’Água das Flores, no interior de Alagoas, Clauwelivan Santana Rocha, 23, tentou montar uma produtora de filmes de terror, mas por falta de dinheiro acabou se dedicando à realização de filmes trash. Em 2008, Clauwelivan começou a trabalhar em filmagens de eventos sociais e casamentos na sua cidade e isso o ajudou a adquirir experiência em edição de vídeos. Após gravar alguns curtas, ele arriscou dirigir o primeiro longa-metragem trash de Alagoas. Com quase 40 pessoas envolvidas no filme Zona Trash, a cidade com pouco mais de 20 mil habitantes se viu invadida por zumbis caracterizados por uma maquiagem desenvolvida pelo próprio diretor.
Sem patrocínios, a filmagem do longa-metragem já dura um ano, sofre com a desistência de alguns participantes da produção e enfrenta outros contratempos. No início de dezembro, um dos figurantes do filme passou mal em uma cena em que seu personagem era enterrado vivo. Mesmo com a cena suspensa e diante dos obstáculos que a produção tem encontrado, Clauwelivan, não desanima. “Não buscamos retorno financeiro, muito menos fama, apenas um reconhecimento à altura de um projeto corajoso, feito com coração e muita vontade. Nosso objetivo é apenas conseguir força para que possamos realizar outras produções com mais facilidade e menos tempo ainda, pois fazemos isso por pura paixão pelo gênero”, diz ele.
Todas as produções são 100% independente. Sem apoio fiscal e sem ajudar financeira por parte de empresários.
Eu dirigi, Editei e criei os efeitos de Finalização de todas as produções. No caso são 4 filmes. 3 Curtas metragens e um Longa Metragem. Medo do Desconhecido, A Besta Apocalíptica, Encontro Macabro e ZONA TRASH.
Dorival Bezerra me ajudou como produtor em todas as produções.
Tive como inspiração filmes da década de 80. E em Diretores como Steven Spielberg, Peter Jackson, Sam Raimi e Quentin Tarantino.
Os curtas metragem já foram lançados e em Abril será lançado o Longa: ZONA TRASH.
Objetivo com esses trabalhos:
Não buscamos retorno financeiro, muito menos fama, apenas um reconhecimento a altura de um projeto corajoso, feito com coração e muita vontade. Nosso objetivo é apenas conseguir força para que possamos realizar outras produções com mais facilidade e menos tempo ainda. Pois fazemos isso por pura paixão ao gênero.
Falando Sobre o Longa Metragem ZONA TRASH
De início era apenas uma brincadeira entre amigos do colégio, a criação de um longa, sem objetivo de criar status algum. Em meados de 2005 nascia o que seria o miolo do que hoje é conhecido como “Zona Trash”. Sem muito conhecimento, experiência ou até mesmo rumo por onde começar, éramos todos movidos pela vontade... O único interesse era fazer o que gostávamos. O projeto na época foi por água abaixo, mas Clauwelivan S. Rocha(Diretor do Zona Trash) sempre manteve de pé a ideia de realizar um filme no sertão alagoano.
Ao longo dos anos foram muitas as tentativas em vão, roteiros que nem chegavam a ser finalizados, mas o principal obstáculo era a falta de recursos. Nos dias atuais, com os poucos recursos que apareceram e movido da mesma vontade que o acompanhou desde 2005, Clauwelivan surpreende a todos com o início das gravações de um filme em novembro de 2011, onde se aproveitando da internet e sua mais nova febre, as redes sociais, ele e todos os envolvidos enxergaram uma oportunidade de finalmente atrair a atenção do público e mostrar que algo tinha nascido, algo estava acontecendo.
Hoje, o filme daqueles jovens, é uma realidade e só poderia ser realizado por alguém que realmente teve a vontade de tornar isso possível, Clauwelivan S. Rocha. Mas mais do que isso, é um marco na história do cinema independente regional. Poderá parecer pouco aos olhos dos acostumados com megaproduções. Mas é claro o sentimento de coragem por trás de todos os envolvidos, é claro ver a satisfação de um sonho realizado... E realizado com muita “vontade”. E isso é só o início.
A Produção O Longa caminha para mais de 1 ano de produção, podendo parecer muito, mas se levando em conta que grandes produções levam em torno de 6 meses a 1 ano para serem concluídas, até que estamos nos saindo bem. O fato se deve também a falta de apoio financeiro, já que tudo é feito na base da vontade de todos os envolvidos, colocando sempre o coração na frente de tudo. A desistência de envolvidos na produção, o que acarreta na perda de um vasto material já produzido e tendo como consequência a atualização no roteiro e o atraso na conclusão das filmagens; a descrença dos cidadãos locais para com o projeto, enfrentando o preconceito muitas vezes por aparentemente sermos taxados de loucos. Mas com o tempo fomos ganhando respeito, a medida que vamos mostrando um pouco do que esta sendo feito ao público. A partir dai eles percebem que não estamos de brincadeira.
O cinema de terror nacional ainda engatinha, pois o gênero é muito desvalorizado, não só aqui no nosso país, mas a nível mundial. Mas mal sabem as pessoas que foi de filmes de terror trash(trash=”lixo” em inglês) ou filmes B, como queiram chamar, que surgiram grandes nomes do cinema mundial como Peter Jackson(diretor da trilogia “O Senhor dos Anéis”) e Sam Raimi(Diretor da trilogia “Homem-Aranha”).
Pelo menos em solo tupiniquim o gênero vem crescendo com grandes nomes como Rodrigo Aragão, que já teve um de seus longas apresentado na capital Maceioense, “A Noite dos Chupacabras”. O mesmo também já foi reconhecido nacionalmente quando entrevistado pelo Jô Soares, na época divulgando seu primeiro longa “Mangue Negro”, que foi premiado em diversos festivais internacionais.
O intuito de nós idealizadores do Zona Trash é honrar um gênero da qual somos fãs. Mostrando nosso trabalho, encabeçando por Clauwelivan S. Rocha e ganhar notoriedade entre o meio do cinema independente nacional, coisa que já estamos alcançando através da nossa página oficial no facebook (https://www.facebook.com/ZonaTrash), onde alguns conhecidos dessa nova safra de filmes independentes estão compartilhando do nosso trabalho e nos enviando mensagens de apoio.
(Informações de Clauwelivan Santana e Dorival Bezerra.)
Por redação
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