Fraude descoberta revelou esquema onde pessoas recebiam benefício em nome de pessoas mortas
Após alguns meses de investigação, a Previdência Social em Alagoas descobriu um esquema de fraude onde beneficiários que já haviam morrido continuavam a receber o benefício. Em 2013 foi detectada a fraude e o déficit aos cofres da previdência chega a R$ 5 milhões. Durante coletiva na manhã desta quinta-feira (20)o órgão informou que o próximo passo das investigações deverá apurar a participação de cartórios no esquema.
Segundo Rosana Cólén, coordenadora do Núcleo de Combate aos Crimes Previdenciários, o órgão detectou o esquema durante a Operação Zumbi I, desencadeada em fevereiro. Em apenas um ano, foram encontradas 345 casos de fraude. Em alguns casos os fraudadores estavam recebendo o benefício em nome dos mortos há um ano, em outros a irregularidade perdurava há dez anos.
“A Operação teve como base uma documentação levantada durante investigação do Núcleo que coordeno. Os desvios envolvem vários casos. Três pessoas tiveram prisão preventiva decretada e outra foi presa em flagrante. Um dos casos é referente ao secretário de Jequiá da Praia, Rui César Luz Resende, que chegou a tomar empréstimos com os documentos da mãe morta Noélia Columbi Luz”, explicou.
As ações continuam e nos próximos dias pelos menos outras 26 representações criminais devem ser abertas. Pelo menos R$ 1 milhão de pensões indevidas foram pagas por mês em Alagoas.
O promotor Luiz Carnaúba afirmou que o trabalho é árduo e requer muita inteligência por conta do grau de ousadia dos fraudadores. As ações devem ser intensificadas já que dos R$ 5 milhões resultantes do rombo, apenas R$ 157 mil foram recuperados.
“O nosso objetivo é que as pessoas respondam criminalmente pelo crime de estelionato e que devolvam o dinheiro aos cofres públicos. Os funcionários públicos possivelmente irão ser responsabilizados administrativamente”, completou.
Cartórios podem estar envolvidos no esquema
O delegado Carlos Reis não descartou a possibilidade da Polícia Civil investigar em conjunto com o Ministério Público a participação de cartórios do Estado na fraude.
Em um dos casos, José Pedro da Silva, que está foragido, fez uma procuração em nome de Lindinalva Gomes um mês após a sua morte. A morte não foi comunicada à Previdência e o que mais chamou a atenção foi o fato de a procuração ter sido feita em um cartório de União dos Palmares.
De secretário a funcionário da Eletrobras
Junto com o delegado-geral da Polícia Civil, Carlos Reis, Rosana Cólen detalhou alguns casos, que chamam a atenção por envolver até funcionários públicos.
Um dos presos, o funcionário da Eletrobras Guilherme Andrade Costa, recebia o salário em nome da mãe, ex-funcionária da Previdência, Domingas Maria Andrade. As investigações apontaram que Guilherme chegou a realizar empréstimos na Caixa Econômica com procuração que sua mãe havia lhe dado antes de morrer. Neste caso, a Previdência conseguiu recuperar R$ 90 mil. Ele teve a prisão preventiva decretada.
Em outro caso, uma das filhas de Cícera Francisca de Farias recebia o benéfico e dividia com as demais irmãs. Quatro pessoas foram indiciadas. O caso só foi descoberto após a Polícia Civil solicitar à Caixa a movimentação da conta.
Um dos casos de fraude que ganhou repercussão foi a prisão do secretário de Administração de Jequiá da Praia, Rui César Resende. Além dele, Ana Raquel Cavalcanti, Joselena Moura da Silva e outra pessoa também foram indiciadas pelo crime de estelionato.
Por Cada Minuto
quinta-feira, 20 de março de 2014 | Notícia da Hora
Cartórios podem estar envolvidos em fraude na Previdência de AL
Fraude descoberta revelou esquema onde pessoas recebiam benefício em nome de pessoas mortas
Segundo Rosana Cólén, coordenadora do Núcleo de Combate aos Crimes Previdenciários, o órgão detectou o esquema durante a Operação Zumbi I, desencadeada em fevereiro. Em apenas um ano, foram encontradas 345 casos de fraude. Em alguns casos os fraudadores estavam recebendo o benefício em nome dos mortos há um ano, em outros a irregularidade perdurava há dez anos.
“A Operação teve como base uma documentação levantada durante investigação do Núcleo que coordeno. Os desvios envolvem vários casos. Três pessoas tiveram prisão preventiva decretada e outra foi presa em flagrante. Um dos casos é referente ao secretário de Jequiá da Praia, Rui César Luz Resende, que chegou a tomar empréstimos com os documentos da mãe morta Noélia Columbi Luz”, explicou.
As ações continuam e nos próximos dias pelos menos outras 26 representações criminais devem ser abertas. Pelo menos R$ 1 milhão de pensões indevidas foram pagas por mês em Alagoas.
O promotor Luiz Carnaúba afirmou que o trabalho é árduo e requer muita inteligência por conta do grau de ousadia dos fraudadores. As ações devem ser intensificadas já que dos R$ 5 milhões resultantes do rombo, apenas R$ 157 mil foram recuperados.
“O nosso objetivo é que as pessoas respondam criminalmente pelo crime de estelionato e que devolvam o dinheiro aos cofres públicos. Os funcionários públicos possivelmente irão ser responsabilizados administrativamente”, completou.
Cartórios podem estar envolvidos no esquema
O delegado Carlos Reis não descartou a possibilidade da Polícia Civil investigar em conjunto com o Ministério Público a participação de cartórios do Estado na fraude.
Em um dos casos, José Pedro da Silva, que está foragido, fez uma procuração em nome de Lindinalva Gomes um mês após a sua morte. A morte não foi comunicada à Previdência e o que mais chamou a atenção foi o fato de a procuração ter sido feita em um cartório de União dos Palmares.
De secretário a funcionário da Eletrobras
Junto com o delegado-geral da Polícia Civil, Carlos Reis, Rosana Cólen detalhou alguns casos, que chamam a atenção por envolver até funcionários públicos.
Um dos presos, o funcionário da Eletrobras Guilherme Andrade Costa, recebia o salário em nome da mãe, ex-funcionária da Previdência, Domingas Maria Andrade. As investigações apontaram que Guilherme chegou a realizar empréstimos na Caixa Econômica com procuração que sua mãe havia lhe dado antes de morrer. Neste caso, a Previdência conseguiu recuperar R$ 90 mil. Ele teve a prisão preventiva decretada.
Em outro caso, uma das filhas de Cícera Francisca de Farias recebia o benéfico e dividia com as demais irmãs. Quatro pessoas foram indiciadas. O caso só foi descoberto após a Polícia Civil solicitar à Caixa a movimentação da conta.
Um dos casos de fraude que ganhou repercussão foi a prisão do secretário de Administração de Jequiá da Praia, Rui César Resende. Além dele, Ana Raquel Cavalcanti, Joselena Moura da Silva e outra pessoa também foram indiciadas pelo crime de estelionato.
Por Cada Minuto
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